quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alunos matriculados no ensino médio em 2009

Cresce 40% o número de matriculados no primeiro ano do ensino médio

Correio Web - 9 de fevereiro de 2009

Em apenas dois meses, o centro de ensino Gisno, na Asa Norte, ganhou 15 novas turmas de primeiro ano do ensino médio. Todas elas no período da tarde. Novos professores foram chamados e alguns, que davam aula no turno da manhã, aceitaram a troca. No Setor Oeste, na Asa Sul, não havia espaço para criar novas turmas: as 15 salas de aula já estavam ocupadas nos dois períodos. A solução foi aumentar a média de alunos por sala nas turmas de primeiro, segundo e terceiro anos. Em vez de 35 estudantes, até 39 por sala. Tudo para se adequar ao aumento de alunos do ensino médio.

A matrícula nas 620 escolas da rede pública de ensino esteve aberta até o início da noite de sexta-feira. O número de alunos no primeiro ano do antigo segundo grau subiu mais de 40%. Em 2008, foram 26.529 estudantes. Neste ano, 37.840 adolescentes estarão cursando a série inicial do ensino médio.

De acordo com Mara Gomes, que acompanhou todo o processo de telematrícula iniciado em outubro do ano passado, boa parte desses estudantes vieram da rede particular. "Da oitava série do ensino fundamental para o primeiro ano do ensino médio há um aumento significativo no valor das mensalidades. Com a crise, houve a migração de famílias de classe média para a rede pública."

A secretária-adjunta de Educação, Eunice Oliveira, completa: "Nos dois dias finais de matrícula conversei com muita gente na fila. Falei com vários pais que estavam trocando os filhos de escola por causa das dificuldades em assumir um compromisso tão significativo no orçamento familiar".

Com 15 anos, Gustavo Ribas Cruz vai estudar pela primeira vez em uma escola pública. Ele recomeça o primeiro ano do ensino médio no Gisno na próxima segunda-feira, depois de ter sido reprovado. A mãe decidiu tirar o filho do colégio no Lago Sul, onde ela trabalha. "Mesmo tendo desconto na mensalidade, o ensino é uma coisa cara e eu dou valor ao dinheiro. Ainda mais em tempos de crise. Nossa rotina é difícil demais para aceitar que meu filho não leve a educação a sério", observa.

"Até o ano passado, eram sete turmas matutinas de primeiro ano do ensino médio. Este ano, serão seis turmas pela manhã e outras 15 no período da tarde", comenta a supervisora pedagógica do Gisno, Glacione Maria de Lima. "Foi uma pequena ginástica, mas teremos turma e professor para todos."

Os números oficiais só devem ser totalizados no fim desta semana, mas, de acordo a diretora de Planejamento e Inspeção de Ensino, Solange Paiva, foi em Taguatinga que houve a maior migração. "A gente sabe pelas fichas preenchidas na hora da solicitação de matrícula", antecipa. De acordo com o secretário de Educação, José Luiz Valente, o aumento de 40% não pode ser contado todo como sendo migração de alunos. "Com o programa Aceleração, houve um grande número de alunos com distorção idade e série que passou para o ensino médio. Mas só teremos esses dados depois". Ele garante que a rede está preparada para a demanda, tanto em número de salas de aula como em professores.

No Setor Oeste, a procura maior foi pelas turmas de segundo e terceiro anos do ensino médio. De acordo com o diretor do colégio da Asa Sul, Júlio Gregório Filho, as turmas de primeiro ano foram todas usadas para absorver os estudantes do próprio sistema de ensino e não houve vaga para novos alunos da rede. "Nas outras séries, foi grande o número de novos alunos", afirma.

Olho na faculdade

Jasmim Faria Caetano, de 16 anos, é uma das novas alunas. Depois de cinco anos estudando na mesma escola particular da Asa Norte, a família decidiu que era hora de economizar. Jasmim vai para o terceiro ano. "Houve um acordo familiar para que ela pudesse fazer o curso de hotelaria, que só existe em uma faculdade particular", afirma o pai Luiz Antônio Aquino Caetano. Com as incertezas da economia, os pais ficaram temerosos de não conseguir pagar as mensalidades no ano que vem. Por isso, os R$ 650 por mês economizados com a ida de Jasmim para o Setor Oeste vão para uma poupança.

Além disso, a família vai poupar R$ 1.050 da filha mais velha, Luíza, 17 anos, que acaba de entrar na Universidade de Brasília depois de sair do terceiro ano em uma escola privada. "A melhor herança que a gente pode deixar para os filhos da gente é a boa formação. Mesmo com apertos, trabalhamos para que nossos filhos tenham uma educação de qualidade."

O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF ainda não fez as contas de quanto as escolas privadas perderam com a migração. "Não fizemos um estudo, mas acho cedo para a crise chegar. Brasília é uma cidade de funcionários públicos que não sentem a crise de imediato", observa Alberto Araújo. De acordo com ele, as mensalidades das particulares ficaram entre 7% e 15% mais caras que as praticadas até dezembro.

Radiografia do sistema para evitar problemas

O ano letivo de 2009 começa hoje para quase 550 mil crianças e adolescentes da rede pública. Ao todo, 620 escolas espalhadas por todo o DF receberão os alunos para o início de 200 dias de aula. No último mês, a Secretaria de Educação fez uma radiografia do sistema para tentar antecipar os principais problemas que podem surgir nos primeiros dias. Mas a secretária-adjunta de Educação, Eunice Oliveira, admite: alguns são inevitáveis. É o caso do Centro de Ensino Fundamental de Queima Lençol, na região da Fercal. No fim do ano, a escola foi fechada pelo Ministério Público devido à quantidade de pó de cimento que os mais de 400 alunos estavam inalando. Todos foram transferidos para uma unidade em Sobradinho 2.

No início da tarde de sexta-feira, líderes comunitários da região avisaram por telefone para a assessoria do secretário José Luiz Valente que não deixarão os ônibus com as crianças seguirem para Sobradinho. Irritada com a distância de 15km para o novo colégio, a comunidade ameaça com a colocação de barricadas impedindo a saída dos veículos de Queima Lençol. Eunice Oliveira explica que um laudo técnico realizado pelo MP indicou que há odor desagradável oriundo da fábrica de cimento.

Além de Queima Lençol, a Secretaria estará monitorando os pedidos de remanejamento. Os pedidos de mudança de escola causaram tumulto nas regionais de ensino na semana passada. "Tememos que os pais queiram fazer as mudanças logo no primeiro dia. Não é preciso, porque o período vai até o fim da segunda semana de aula", garante Eunice. Por fim , haverá o controle da possível falta de professores. "Temos que acionar o banco de substitutos à medida que formos descobrindo as ausências para que ninguém fique sem aula." Do ponto de vista da segurança dos alunos e do controle de trânsito, continua em atividade a operação Volta às Aulas, sob comando do Batalhão de Trânsito, do Batalhão Escolar e do Detran.

Número de alunos no ensino médio diminui 137 mil em relação a 2004
Jornal do Brasil - Demétrio Weber | 10.11.2005 | 15h35

O número de alunos matriculados no ensino médio, em todo o país, diminuiu em 137 mil este ano, na comparação com 2004. É o que mostram dados preliminares do Censo Escolar 2005. O Ministério da Educação (MEC) divulgou que São Paulo liderou a queda, registrando 131 mil matrículas a menos.

No ensino fundamental, a redução do número de estudantes foi de 483 mil. Em cidades da Bahia, a queda atingiu até 51%, como é o caso de Catolândia. O MEC informou, porém, que houve acréscimo de 240 mil alunos na educação de jovens e adultos e no ensino profissional de nível técnico.

Os resultados finais do Censo Escolar 2005 serão divulgados até janeiro. Prefeituras e governos estaduais tiveram prazo para contestar os dados preliminares. O MEC suspeita que parte das matrículas reduzidas seja, na verdade, relativa a alunos fantasmas que teriam sido incluídos nos censos de anos anteriores para aumentar a arrecadação dos municípios. Isso porque os repasses federais são feitos com base no número de alunos.

O ministro Fernando Haddad evita acusar prefeitos publicamente de fraude, mas admite que há algo estranho: — Não chego a tanto (afirmar que houve fraude). Mas diria que há erros que estão sendo corrigidos. A diminuição das matrículas de 1 a 4 série ocorre desde 2000, segundo o MEC. A mesma tendência vem sendo observada desde 2003 entre os alunos de 5 a 8 série.

A novidade este ano foi a redução nas matrículas do ensino médio, mas mesmo isso já era previsto, segundo o Inep. Haddad afirmou que os motivos são as menores taxas de natalidade na população brasileira e a chamada correção de fluxo, isto é, a melhoria nas taxas de aprovação dos estudantes. Ele negou que o problema seja causado por evasão.

No Brasil, as escolas atendem a um número de alunos maior do que a população na respectiva faixa etária. Isso porque é grande o número de estudantes que já deveriam ter concluído o curso, mas repetem a série ou abandonam os estudos e retornam no ano seguinte.





Fonte MEC

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